Roy Frowick Halston

O primeiro grande estilista norte-americano

Halston foi o primeiro estilista norte-americano a criar coleções especialmente para mulheres norte-americanas. Isso teve início no período pós Segunda Guerra, no qual os Estados Unidos foram grandes impulsionadores das artes.

Na década de 50, Halston mudou-se de Iowa para New York, onde trabalhou na loja de departamentos Bergdorf Goodman. Inicialmente Roy começa a produzir chapéus, item com presença constante no vestuário feminino, nesta época. Além disso, ele criou o modelo de chapéu para Jaqueline Kennedy, que virou grande sucesso.

Entretanto, chega a década de 60 e esse momento traz o fim do hábito de usar chapéus. Sendo assim, Halston cria uma linha de vestuário para a Bergdorf Goodman. Logo depois ele abre sua própria maison. Neste interim ocorreu a descoberta de fibras novas para produção de tecidos, dentre eles uma fibra sintética que imita camurça.

Halston cria o vestido chemise (camisa), que flerta com a androgenia, confeccionado em camurça sintética. Ele abraça a modernidade, assim como Yves, na França. 

Roy gostava de produzir artigos de luxo, que eram projetados em ilustração de moda, técnica mais valorizada do que a fotografia, durante esse período. Elsa Perrete, por exemplo, é quem desenha as bijuterias para o Halston.

Caimento perfeito

A primeira coleção de Halston foi de kaftas, ou seja, uma espécie de túnica. Roy tinha a técnica de cortar o tecido no chão e fazia uma única costura para toda a peça. Seu estilo era minimalista, ele simplificava as linhas de corte e modelagem, gerando um caimento perfeito.

Simultaneamente começa a surgir a concepção de um look para todas as ocasiões, significa um conjunto de peças de vestuário e acessórios que permite a composição de um look que atende desde o ambiente de trabalho até o happy hour, no final do dia.

Halston tinha o hábito de levar suas 20 principais modelos para todos os eventos, resultando em entradas triunfais, assim como alguns outros grandes nomes da moda.

 

O chapéu de Jaqueline Kennedy, Halston com suas modelos, suas criações

Em 1976 Halston cria o uniforme da equipe olímpica dos USA. Ele também desenvolve uma linha de malas.

Enquanto isso, o principal cenário da noite de NY, no final dos anos 70, era o Studio 54. Onde as pessoas eram selecionadas para entrar conforme o estilo de suas roupas. 

Halston começa a frequentar a vida noturna, especialmente o Studio 54, e acaba se envolvendo com um venezuelano com o qual estabelece uma relação tóxica que acaba prejudicando sua vida pessoal e profissional.

Em 1980 Halston visita a China, em grande estilo, e lança coleções naquele país. Três anos depois ele assina um contrato milionário com a rede de lojas JC Penny para produzir todo tipo de artigos.

Do sucesso à perda de sua marca

Todavia a rede queria principalmente a criação de linhas de roupas populares. O que acabou sendo prejudicial, pois fez com que a marca Halston passasse a criar “da classe para as massas”.

Em outras palavras, isso significou o fim do seu prestígio no mundo dos produtos de luxo. Além disso, em letras miúdas, o contrato definia que a JC Penny se tornara dona da marca Halston

Com isso, todos os registros detalhados, filmes e fotos, de todas as coleções até então produzidas, foram destruídos e todas as peças remanescentes foram liquidadas por valores irrisórios. Halston buscou a justiça mas não conseguiu reaver sua marca.

Suas criações visavam a liberdade de movimentos, consistia no corte em viés com tecidos fluídos e eliminação de todos os excessos das roupas. O principal era a sensualidade, produzir roupas para mulher moderna, e uso da camisa no lugar de um paletó.

Infelizmente Halston é vitimado pela AIDS relacionada ao câncer, em 1990, com apenas 57 anos. De qualquer modo, sua técnica influencia muitas tendências de moda até nossos dias.

Essa história nos mostra que o mundo dos negócios pode ser bastante traiçoeiro, especialmente quando a pessoa permite influencias negativas em sua vida pessoal, e isso sempre acaba se refletindo no lado profissional.

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